Ao
chegar em casa depois daquele encontro louco com o Henrique, falei com ele pelo
msn e marcamos de nos encontrar no dia seguinte, no mesmo shopping onde ele
deixou o carro.
Naquele
domingo fazia muito calor, e fui encontrá-lo no horário combinado. Chegando ao
shopping ele me ligou, e disse que estava me esperando em uma das saídas para o
estacionamento. Nos encontramos, e ele me explicou que o chaveiro estava
tentando ligar o carro para irmos até a loja, onde ele faria uma nova chave. Enquanto
o cara trabalhava, o Henrique e eu conversávamos e olhávamos uma apresentação
de aviões que estava tendo ali perto. O carro ligou e seguimos o chaveiro até a
loja, que ficava distante dali.
Chegando
lá, descemos do carro, e enquanto o Henrique tava resolvendo as coisas com o
cara, eu senti meu celular tocando (tava no silencioso). Eu pensei: “Só pode ser minha mãe ligando pra encher o
saco”, mas quando fui ver era o Lucas, e eu não ia atender ele na frente do
Henrique. Deixei tocando até parar. Passou mais alguns minutos e voltou a tocar,
mas eu não atendi.
Quando
o chaveiro terminou, saímos dali e passamos em um posto pra abastecer. No
caminho a gente foi escutando música, conversando, ele foi me mostrando o
bairro, até passamos em frente à rua onde ele mora. Aí decidimos parar pra
tomar um sorvete.
Fizemos
o pedido, sentamos em uma mesa, conversamos, e quando a gente tava acabando, eu
senti meu celular tocando de novo. Mas dessa vez o Henrique estava perto e
escutou, então ele perguntou: “É o seu
celular que ta tocando?”, eu confirmei e ele me questionou se eu não ia
atender, daí não teve jeito. Eu atendi, e o Lucas estava muito bravo do outro
lado da linha, ele me disse:
- E aí amor? Não vai
mais me atender mesmo? Já te liguei umas três vezes e você não me atende!
- Desculpa Luh, é que eu
não estou em casa agora, depois a gente se fala. – eu respondi.
- Beleza! Vê se não
esquece de mim viu? Eu sinto saudades de você viu? – ele disse.
Em
seguida a gente se despediu e eu desliguei. Olhei pro Henrique e ele só disse “Vamos?”, então fomos pro carro. Antes de
abrir a porta ele me perguntou:
- Quem era? Algum amigo?
- Era o Lucas, aquele
cara que te falei ontem. –
eu respondi. Em uma das conversas que tivemos na praça na noite anterior, ele
havia me perguntado se algum dos meus amigos do msn estava interessado em mim,
foi ai que comentei com ele sobre o Lucas.
Entramos
no carro, ele ficou quieto, estava sério, mas não estava bravo, e começou a
dirigir, eu nem sabia pra onde. Passou alguns minutos e ele me perguntou:
- É aquele cara que te manda fotos pelado?
Eu
não sabia como responder, então fui o mais sincero possível:
- Pelado não... de cueca.
Ele
riu e disse: - Olha, eu gosto de você,
mas a gente tá só se conhecendo, eu não me importo que você tenha um amigo, ou
um amante...
-
Amante??? - eu tive que interrompê-lo
- Eu nem conheço ele pessoalmente.
O
transito estava parado, ai ele olhou pra mim e disse:
- Quando você for se encontrar com esse Lucas
eu vou junto!
Achei
tão fofo ele ter dito isso, então respondi:
-
Se eu fosse eu te levaria junto sim, mas
não vou me encontrar com ele, não quero, estou com você.
Ele
sorriu e ficou tímido.
Em
seguida mudamos de assunto, e ele perguntou como eu estava de direção, pois eu
tinha dito que apesar de ter carta eu não dirigia. Fiquei imaginando o que ele
pretendia com essa pergunta, será que ele iria dar o carro da irmã dele pra eu
dirigir ali no meio do trânsito? Eu disse que precisava praticar muito ainda
pra ficar bom, o que era verdade, pois eu era péssimo de volante. Aí saímos da
avenida movimentada e entramos em umas ruas desertas. Percebi que eram as
mesmas ruas sinistras que estavam cheias de “garotas” se vendendo no dia
anterior, mas o céu estava claro e não havia ninguém ali. Ele deu uma volta no
quarteirão, e quando ele fez isso eu já imaginei que ele iria parar o carro e
me ensinar a dirigir. Ele estava muito quieto, parou o carro, tirou o cinto,
desligou o motor e disse:
-
Essa rua é deserta, e o carro tem
insulfilm.
Só
então descobri o que ele queria, tirei o cinto também, e nos beijamos muito.
Ele deitou os bancos e eu deitei sobre ele, beijando loucamente. Paramos um
pouco e conversamos abraçadinhos. Voltei pro meu banco, ele sentou no banco
dele e ficou olhando pra mim, sem falar nada. Levantou minha camiseta, deu uma
olhada na minha barriga, depois olhou pra mim, eu o chamei e ele se deitou
sobre mim e começou a me beijar. Como foi bom sentir o corpo dele sobre o meu,
foi melhor ainda quando ele começou a lamber minha orelha, isso me deu muito
tesão. Mas quando ele resolveu beijar meu pescoço a barba dele fez cócegas, e
senti uma vontade incontrolável de rir. Ele não gostou disso, parou e tentou se levantar, mas eu
o abracei e não deixei. Pedi desculpas por ter dado risada e disse que senti
cócegas por causa da barda dele. Ele entendeu, e voltamos a nos beijar. Em
seguida ficamos só abraçados. Ele estava cansado, então cochilou um pouco
deitado no meu peito.
O
Sol começou a se por, e como sabíamos o que acontecia por ali de noite, achamos
melhor irmos embora. Ele me deixou no metrô ali perto, e nos despedimos com um
abraço bem forte e um beijo. Desci do carro, atravessei a rua, olhei pra trás
dei um tchau e sorri, ele sorriu de volta, buzinou e foi embora pra casa.